O corpo humano tornou-se problemático na ótica de vários saberes. Mesmo dentro da medicina e da biologia, que eram tradicionalmente seus redutos mais legítimos, a questão do corpo deixou de ser pacífica para se transformar em um problema com implicações legais, éticas e até mesmo sócio-antropológicas. Entre os temas mais constantes, além das interrogações sobre a natureza e estatuto do corpo, encontra-se o questionamento sobre seus limites, sobre as antigas, apaziguadoras, e hoje duvidosas, fronteiras entre o individual e social, masculino e feminino, vida e morte, natureza e cultura, natural e artificial, presença e ausência, atualidade e virtualidade. De uma forma geral, toda essa problemática pode ser sintetizada nas transformações do imaginário e do real do corpo ocasionadas pelas tecnologias com que o mundo e o ser humano estão sendo invadidos. De fato, o que as novas tecnologias colocam em movimento, o que elas transformam, são as chamadas fronteiras do humano. Essa transformação se revela sob vários pontos de vista: os limites que definem o que é propriamente humano e o que os deferência dos não-humanos (natureza e artifício, orgânico e inorgânico); os limites que o habitam e o constituem (matéria e espírito) e os limites que diferenciam a experiência imediata e suportada por sua corporeidade biológica, natural e territorial e a experiência mediada por artefatos tecnológicos. A linha de pesquisa irá investigar o ser humano, corpo biológico, corpo social, corpo maquínico, nos seus limites e nas suas potencialidades, situado no fluxo informacional e tecnológico que constitui a vida na cidade contemporânea. Para tanto, a arte tem muito a contribuir  na construção criativa de um novo homem, remodelado através de relações entre organismos e máquinas.